Amor antigo, espera no portão, coração descompassado.
Beijar, nem pensar, só as escondidas, e nada demorado,
Conversava-se na sala sob vigília, o pai, ali sentado.
Durante décadas, o rigor familiar foi imperioso.
Era escolhido pela família da moça, o futuro esposo.
Falar sobre sexo, era proibido, tido como vergonhoso.
Gradativamente os hábitos foram mudando,
Hoje, o romantismo está literalmente enterrado,
Inflamaram o amor, sensatez é coisa do passado.
Justo por que a educação doméstica virou liberalidade.
Lá pelos anos idos, as moças eram recatadas de verdade.
Meninas e meninos não conheciam a atual maldade.
Nem as vestes despertavam atenção, o homem era prudente.
O namoro era romântico, geralmente, sem agravante.
Pensar sair sozinha, jamais, mesmo adulta, filha era obediente.
Quando ousava fugir o domínio dos pais
Ranzinzas, o castigo era severo e sem ais!
Santas não eram, mas eram moças especiais.
Tagarelas, sim! Mas, com um linguajar adequado.
Uma jovem não se insinuava para solteiro ou casado,
Vida recatada e namoro sério era o preconizado.
Xeretar pela rua, era coisa de mulher perdida.
Zuar com seus mestres, ah! Teria que ser punida!
